A tosse incessante consumiu suas forças.
As noites se tornaram mais difíceis.
Máquinas tomaram conta da biblioteca, transformando-a em uma sala médica.
As irmãs pararam de correr pelos corredores.
Ficaram perto dele — lendo, desenhando, cantarolando pequenas melodias — tentando mantê-lo firme.
Beth, que ainda era a que menos falava, segurava a mão dele todas as noites e encostava a bochecha no braço dele.
E então chegou a noite em que tudo desmoronou.
A noite em que os monitores silenciaram
Pouco depois da meia-noite, alarmes soaram por toda a mansão.
A respiração de Grant falhou.
Seu corpo tremia.
As máquinas emitiram alertas que a equipe temia há semanas.
Ava agarrou as irmãs.
« Vamos », sussurrou ela. « Ele precisa de nós. »
Dana tentou impedi-las, mas as meninas conseguiram passar.
Eles entraram na biblioteca em silêncio, aproximando-se da cama de hospital onde Grant jazia pálido e imóvel.
Beth deu um passo à frente, colocou suas mãozinhas nas bochechas dele e olhou para suas irmãs.
Ava pegou na mão direita dele.
June segurou a esquerda.
Lila colocou as mãos sobre o coração dele.
E então, como que guiados por instinto, começaram a cantar.
Uma simples canção de ninar.
Suave.
Instável.
Cheia de lembranças de noites na rua, quando essa música era seu único consolo.
Suas vozes tremiam, mas eles não pararam.
E então-
O monitor parou de funcionar.